FILOMENA - Eguimar Felício Chaveiro

30/07/2011 12:00

 

Chamei Filomena. Aliás, continuo chamando Filomena. Tenho sede e fome de Filomena. Roguei a sua vinda - do céu ao chapéu - pedindo-a que venha serena, brumosa, sutil.  E que, por aqui, no coração do Cerrado, no cume do Sertão, ela saiba umidecer o vento. Prometi caso Filomena chegue, homenageá-la: irei plantar sementes de Margaridas; descerei correndo a rampa da UFG, farei uma festa no Hall principal. Abraçarei quem se aproximar primeiro, beijarei a estação na boca. Boca de Filomena é subterfúgio para plantação. Venha Filomena! Venha!

Sou amigo das árvores e até das gramíneas. Converso com Ipês e com Jatobás, entro nas cores e nos perfumes incrustrados no solo exposto; dirijo os olhos rumo as imagens do céu e faço assovios de pássaros, Bem-ti-vi, Pintassilgo, Cotovia, Juriti - basta Filomena chegar. Por favor, chegue, Filomena!!!

Tenho um semblante apetitoso. Aprendi com boca de camponês. Sou inclinado a Setembro. Posso nascer de novo...Namoro contigo, Filomena. Casarei contigo e lhe provo o meu amor líquido.

Filomena, uma chuvinha custosa!!! Mas ela virá!

 

Eguimar Felício Chaveiro
Professor Associado do IESA/UFG
Membro da Academia Trindadense de Letras